Paraíba

A terra do sol madrugador

Ivan Carneiro

Por Ronaldo Ribeiro
(Caminhos da Terra, setembro de 1996)

O sol nasce mais cedo para iluminar uma viagem cheia de surpresas pelo litoral e o sertão da Paraíba

O Seixas, uma ponta de areia que avança mar adentro perto de João Pessoa, capital da Paraíba, é uma praia diferente. Ela nem é tão bonita assim e suas areias já estão tomadas daquelas às vezes incômodas barracas que vendem cerveja gelada e peixe frito, comuns em tantas outras praias brasileiras. Apesar disso, não há sensação mais interessante que se banhar no mar verde e quente do lugar, principalmente com os primeiros raios de sol. Por um motivo singular: a Ponta do Seixas define o extremo leste, ou o extremo oriental, de todo o continente americano. Nenhuma outra porção de terra das Américas está tão dentro do Oceano Atlântico e tão perto da África quanto aquela praia. E ela é, por isso, num exercício de precisão, a primeira terra brasileira a ser iluminada pelo sol, quando ele nasce, no meio do mar, surgindo do leste. O sol desperta bem cedo para iluminar os contrastes de um Estado rico em história e belezas naturais (como seu litoral e seus inusitados sítios arqueológicos), mas carente em qualidade de vida (basicamente por causa da falta de chuva no sertão, já que 97% dos quase 57 mil km2 do seu território estão dentro do chamado Polígono das Secas).

O litoral paraibano, famoso por causa da Ponta do Seixas, é o terceiro mais curto do país - só é maior que o do Piauí e o do Paraná -, com apenas 122 quilômetros de praias que apresentam geografia semelhante: falésias de terra vermelha, faixa curta de areia e um mar verde sempre agitado. Todas ainda mantêm um aspecto quase selvagem, com poucos sinais de ocupação urbana - tome-se como exemplo as praias de Baleia e Camaratuba, na divisa da Paraíba com o Rio Grande do Norte, e Apiaí e Pitimbu, perto de Pernambuco. Mesmo as praias mais próximas de João Pessoa, como as da pequena cidade de Lucena, vivem quase desertas.

A mesma situação se repete na mais bela praia da Paraíba, Tambaba, na cidade de Conde, a 35 quilômetros da capital. Belezas o lugar tem de sobra: são quase 3 quilômetros divididos em quatro enseadas, com falésias, coqueiros e muitas pedras escuras que entram pelo mar. Mas não é só isso: Tambaba é a praia brasileira onde há mais tempo pratica-se o naturismo, filosofia de vida baseada num contato extremo com a natureza, preferencialmente do jeito que se veio ao mundo. Numa das enseadas de Tambaba, só pode ficar na praia quem estiver pelado. "Esse trecho da praia há muito tempo era um reduto de nudistas, mas só em 1991 começamos a educar a conduta das pessoas", conta o professor José Nilton da Silva, um dos mais antigos freqüentadores da praia e integrante da Sonata, Sociedade Naturista de Tambaba, entidade que disciplina o comportamento dos visitantes e trabalha pela proteção ambiental da área. Algumas regras têm de ser seguidas em Tambaba - parece estranho, mas tem de ser assim, pois, às vezes, alguns confundem liberdade com sacanagem. O respeito aos outros é fundamental. Fotografar as pessoas não é aconselhável. E quem não quiser tirar a roupa pode apenas entrar na praia, conhecer e sair - numa enseada vizinha, o nudismo é opcional.

Se Tambaba fez fama pela paz com a natureza, Baía da Traição, cidadezinha do litoral norte do Estado, tem seu próprio nome ligado a guerras e conflitos - a "traição" provém das várias tentativas de colonização da área. Já em 1501, integrantes da frota do navegador Américo Vespúcio tentaram contato com os arredios índios potiguaras, ancestrais habitantes das terras paraibanas, e foram literalmente devorados depois de tostar numa fogueira. O ato de canibalismo se repetiu com dois frades franciscanos que naufragaram ali, entre 1503 e 1505. Apesar disso, a Baía da Traição hoje é o único reduto dos descendentes dos potiguaras, que vivem numa reserva e ainda celebram alguns hábitos, como a festa do toré, uma dança indígena, todo dia 19 de abril. E o turbulento passado não é notado na calmaria que reina nas belas praias do Forte, da Trincheira e do Coqueirinho.

Os episódios da Baía da Traição ilustram bem as dificuldades de colonização que marcaram a história da Paraíba. Nos tempos do Descobrimento, a região era dominada pelos selvagens potiguaras, que, entre outras sangrentas façanhas, rechaçaram de tal modo a primeira grande expedição colonizadora ao interior do Estado, em 1575, que seus integrantes foram obrigados a fugir pelo litoral, onde só se sentiram seguros em Itamaracá, Pernambuco. Depois de novos fiascos, os portugueses, a fim de se instalarem naquelas terras repletas de pau-brasil e já cobiçada por invasores franceses, pagaram na mesma moeda: promoveram uma guerra infiltrando na Paraíba a tribo dos tabajaras, depois destes terem sido expulsos do norte da Bahia. Só a guerra entre tribos facilitou a ocupação.

Foram os conflitos com os franceses que criaram a mais importante cidade da Paraíba, João Pessoa. Ela foi fundada em 1585, na foz dos rios Paraíba e Sanhauá, ao redor de um forte, o São Felipe, construído pelos portugueses para combater os ataques inimigos. Seu primeiro nome foi Felipéia de Nossa Senhora das Neves e, depois, quando os holandeses invadiram a região, no começo do século 17, ela passou a chamar-se Frederichstadt. De volta ao domínio português, em 1654, a cidade foi chamada de Paraíba, até que, na década de 30, ganhou o nome do governador do Estado e candidato à Vice-Presidência da República morto num crime passional cercado de conotações políticas.

Dona de um patrimônio arquitetônico raro, com diversas igrejas do século 16 em exemplar estado de conservação, João Pessoa é a mais bucólica capital nordestina. Técnicos da ONU classificaram a cidade, durante a Rio 92, como uma das mais verdes do mundo, com 29,3 metros quadrados de mata para cada habitante. A cidade tem outros bons motivos para o marketing ecológico criado sobre seu nome. Além de ruas cheias de mangueiras e de uma imensa reserva florestal dentro da área urbana, a Mata do Buraquinho, João Pessoa é a única capital litorânea do país que não lança seu esgoto direto no mar. E, na orla das praias de Manaíra, Tambaú e Cabo Branco, é proibida a construção de edifícios com mais de três andares, apesar da crescente especulação imobiliária.

A qualidade de vida da cidade contrasta com a pobreza do interior. Segundo um relatório sobre desenvolvimento humano divulgado em junho pela ONU e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, a Paraíba apresenta o menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil, um número que indica condições de vida específicas de acordo com a renda, a escolaridade e a perspectiva de vida dos habitantes. A grande vilã dessa estatística é a seca, que corrói o interior paraibano. "Nós nos acostumamos com essa vida sem água. É da alma do sertanejo", filosofa Antônio Matias, 63 anos, que tem um trabalho paradoxal - ingrato, mas gratificante. É ele o responsável por uma espécie de reservatório da água de Juazeirinho, cidade que sofre, como tantas outras, com a secura do grande Sertão do Cariri, que ocupa todo o centro-sul do Estado. Quando um caminhão-pipa abastece o reservatório, uma multidão se aglomera ao redor de Matias, balde na mão, aos gritos, esperando sua permissão para levar um pouco de água para casa. Na sua função, ele é quase mais importante que o prefeito. "É sempre assim. A água aqui é mal distribuída. Tem gente que tem cisterna em casa, mas só pensa em vender a água, por 20 centavos cada latão", reclama.

"Colhemos milho e feijão, mas só no inverno do Cariri, de março a abril, quando cai uma chuvinha", resigna-se o agricultor Fernando Ricardo de Oliveira, 59 anos, nascido e criado naquela secura toda, como ele costuma dizer aos raros visitantes que passam pelo seu sítio, fincado às margens de uma estradinha de terra entre as cidades de Cabaceiras e Boa Vista. Esse trecho do sertão paraibano é marcado também por milhares de blocos de pedras enormes que se esparramam pelo solo. Mais que um elemento atraente na paisagem, muitas pedras são autênticas relíquias arqueológicas, com pinturas rupestres e inscrições em baixo-relevo ainda pouco estudadas. Uma das mais interessantes é a chamada Laje de Pedra: lagoas e árvores formam-se sobre o bloco de rocha, que chega a 2 quilômetros de extensão. "Todo domingo venho para cá com minha família andar sobre a laje. É nossa maior diversão. Só queria saber quem fez esses desenhos nela", confessa Fernando.

As pedras do Cariri fazem parte de um acidente geológico batizado de a "muralha do meio do mundo", um muro natural de rocha que chega a ter 7 metros de altura, com trechos contínuos de 5 quilômetros, que avança pelo sertão até o Piauí. Alguns sertanejos, cheios de crendices, pensam que a barreira servia como uma proteção contra invasores em tempos remotos. Nos anos 80, tentando transformar a insípida muralha numa atração, a PBtur, estatal de turismo da Paraíba, fomentou a idéia de que ela simbolizava o "meio do mundo" - algo improvável dentro da Paraíba, que fica longe até mesmo da Linha do Equador. Como a muralha é difícil de ser entendida num primeiro olhar, só o que ficou de concreto da idéia é a pitoresca Praça do Meio do Mundo, no entroncamento da BR-230, rodovia que corta todo o interior do Estado, com a estrada que leva a São João do Cariri.

Ivan Carneiro

O sertão da Paraíba com certeza não é o meio do mundo, mas ele guarda, sim, sinais do princípio do planeta, de seres ancestrais que por ali perambularam há até 120 milhões de anos. Sousa, pacato município nos confins do Estado, quase na divisa com o Ceará, ficou nacionalmente conhecido por causa das pegadas de dinossauros que se mantiveram fossilizadas no solo rochoso da planície do Rio do Peixe, o maior da região. O lugar hoje é chamado de Vale dos Dinossauros. Há sinais em várias áreas ao redor da cidade, mas os mais impressionantes ainda são os da chamada Passagem das Pedras, os primeiros descobertos ali, em 1897. O rastro principal do lugar foi deixado por um iguanodonte, um semibípede de 3 toneladas. "Cinco espécies já foram identificadas nos vários sítios de Sousa, entre elas o tiranossauro rex e um pterodáctilo", constata Robson Araújo Marques, 53 anos, diretor do Parque Paleontológico do Vale dos Dinossauros. Com dois ajudantes, Róbson passa o dia no trabalho de preservação e à procura de novas pegadas. Tem bons motivos para isso. Foi seu avô Anísio Fausto da Silva quem descobriu os rastros da Passagem das Pedras. Na época, batizou o lugar de Rastro de Boi e de Ema - animais que ele ingenuamente pensava ser os autores das pegadas. Só em 1924 o engenheiro Luciano Jacques de Morais, trabalhando para o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, detectou a origem dos sinais, que nos últimos anos já foram estudados por diversos arqueólogos europeus.

O trabalho obstinado de Robson parece movido pela mesma fé que alimenta o cotidiano abafado de Sousa, que, como todas as cidades do sertão paraibano, deposita suas esperanças na religião. As velhas beatas da cidade ainda se emocionam com a lembrança de uma famosa lenda local, a do "milagre eucarístico". Diz a lenda que, no tempo dos escravos, um negro forte, durante a comunhão, escondeu a hóstia na manga da camisa e fugiu para usá-la num ritual de magia negra. Descoberto pelos devotos, o escravo escondeu-se num matagal. Não foi apanhado, mas a hóstia acabou sendo encontrada intacta num capinzal, guardada por um rebanho de ovelhas, e foi levada, em procissão, de volta à igreja central da cidade.

A religiosidade vira folia todo mês de junho em Campina Grande, a segunda maior cidade da Paraíba, conhecida pela ruidosa Festa de São João, que dura trinta dias ininterruptos. Campina e a vizinha Areia são lugares privilegiados pela natureza, em meio à aridez do interior. Elas ficam na Serra da Borborema, uma cadeia baixa de montanhas que rasga parte do Estado, criando no sertão um atípico clima alpino. Em pontos isolados, como as pequenas serras da Batalha, Pilões e Picote, na bacia do Rio Espinharas, as montanhas de pedra da Borborema têm formas que lembram vulcões. Entre elas, o Pico do Jabre, o mais alto do Estado, nos arredores de Teixeira, com seus 1 195 metros.

Ainda nas alturas da Borborema, na cidade de Ingá, vizinha de Campina Grande, um conjunto de pedras desafia o tempo e os pesquisadores. São as Itacoatiaras do Ingá, grandes rochas que serviam como painéis, nos quais foram desenhados em baixo-relevo animais, homens e formas geométricas, precisamente definidas, muitos deles iguais aos que são encontrados nas pedras da região de Boa Vista, no Sertão do Cariri. A maior delas, a Pedra do Ingá, tem 24 metros de comprimento por 3 de altura. Cercados de mistérios, os ideogramas de Ingá têm idade avaliada em 10 mil anos. Seus autores ainda são desconhecidos, mas não há argumento que convença os moradores da região de que os desenhos não são obras extraterrestres. Seja lá quem foi que os fez, eles ficaram, acima de tudo, como uma herança da enorme vontade desses antigos povos da Paraíba em deixar para a eternidade sinais de seu dia-a-dia. Assim como, sem querer, fizeram os dinossauros em Sousa. Tudo sempre celebrado pelo sol que ali nasce mais cedo que em qualquer outro lugar do Brasil.

A cidade que quis ser um país

"Fica proclamada provisoriamente a independência do município de Princesa, deixando o mesmo de fazer parte do Estado da Paraíba, do qual está separado desde 28 de fevereiro deste ano." Assim, com um texto prosaico, o art. 1º de um decreto municipal assinado em 9 de junho de 1930 oficializava a separação de uma pequena cidade do sertão paraibano de seu Estado, de todo o país. Nascia o Território Livre de Princesa e tinha início a Guerra de Princesa, que durou 146 dias, fez centenas de vítimas e foi um dos episódios coadjuvantes da Revolução de 1930, movimento político-militar que culminou com a queda do presidente, o paulista Washington Luís, e o início da era Getúlio Vargas. Getúlio formou uma aliança de oposição contra o presidente, que indicou para sua sucessão o também paulista Júlio Prestes, quebrando as regras da chamada política do "café-com-leite", pela qual paulistas e mineiros se alternavam no poder.

No começo dos anos 30, Princesa, hoje Princesa Isabel, quase na divisa com Pernambuco, era terra controlada pelo coronel José Pereira Lima, o "caudilho do sertão", líder político carismático ainda hoje venerado pela população local. Na Paraíba de então reinava a família Pessoa, que entrou em conflito com dois de seus ramos - os Queiroz e os Cavalcanti - depois que Epitácio Pessoa indicou João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque para governar o Estado. João, candidato a vice-presidente da República na chapa de Getúlio Vargas, de cara tomou medidas que batiam de frente com o domínio dos coronéis do sertão. Uma delas foi a criação de um imposto sobre a circulação de produtos vindos de outros Estados, o que ameaçava interesses comerciais dos coronéis e dos Pessoa de Queiroz.

Antes amigo de João Pessoa, José Pereira aliou-se aos Pessoa de Queiroz na tentativa de desestabilizar o governo. Confiante em sua liderança, queria convulsionar o interior da Paraíba e exigir uma intervenção federal no Estado. Garantiria sua soberania com a promessa de apoio ao candidato oficial à Presidência, Júlio Prestes. A "independência" de Princesa foi o chamariz de seu plano. Em 3 de março de 1930, quatro dias depois de informalmente separar-se da Paraíba, começaram os conflitos na região. João Pessoa enviou tropas para a cidade de Teixeira, a 200 quilômetros de Princesa, para dali tentar retomar o controle da área. Mas, com um exército de matutos que transitava naturalmente pelo sertão, entrando e saindo de Pernambuco, José Pereira sufocou as forças oficiais nas cidades vizinhas, como Água Branca e Tavares - que acabou destruída. A guerra do sertão não chegou a acontecer nas ruas de Princesa e, depois de cinco meses, teve um fim inesperado, curiosamente não relacionado com ela João Pessoa foi assassinado, no Recife, por João Dantas, paraibano, cuja família havia sido moralmente ofendida num artigo publicado no jornal do governo, A União. O crime passional acabou sendo o estopim da Revoluçãop de 30.

José Pereira morreu em 1949, em circunstâncias misteriosas, possivelmente envenenado. Uma estátua em sua homenagem foi erguida numa praça da cidade, defronte à casa onde morava. "Ele era um homem bom, que protegia nossa gente", lembra Antônio Nunes Pereira, 84 anos, criança nos tempos da guerra. "Pereira tinha poder, era padrinho de Lampião, que andava pelo sertão mas nunca entrou aqui na cidade", completa Marçal Fernando dos Santos, 82 anos, cujo pai foi um dos soldados do caudilho sertanejo. O tempo passou, mas os fantasmas do passado continuam rondando os moradores de Princesa Isabel. Qualquer um se constrange ao tocar no assunto. A cidade, pudera, ainda vive, sob um clima de permanete tensão política, comandada por dois adversários: o ex-deputado estadual Aluísio Pereira, filho de José Pereira, e o também ex-deputado Antônio Nominando Diniz, seguidor da linhagem política de João Pessoa.

Pé no chão

ONDE É - Na região Nordeste, entre o Rio Grande do Norte (ao norte), Pernambuco (ao sul) e Ceará (a oeste). Uma das praias banhadas pelo Oceano Atlântico (a leste), a Ponta do Seixas, define o extremo oriental do continente americano.

COMO CHEGAR - João Pessoa, que recebe vôos das principais capitais brasileiras, é ponto de partida obrigatório para uma viagem pela Paraíba. Dali, de carro ou ônibus, se chega a todas as regiões do Estado. A BR-230, que vai ao Ceará, é a principal via de acesso ao interior, passando por Campina Grande e seguindo até Sousa. Dela saem diversas estradas estaduais rumo ao sertão - todas, como a própria 230, com boas condições de conservação. Para todo o litoral, o único caminho é a BR-101, seguindo depois por vias locais.

ONDE FICAR - João Pessoa tem hotéis para todos os gostos, desde o sofisticado Tropical Tambaú (Av. Alm. Tamandaré, tel.: 083/226-3660) até opções mais simples, como o Escuna Praia (Av. Cabo Branco, 1574, tel.: 083/226-5611), e pousadas simpáticas, como a Malibu (Av. Cabo Branco, 3056, tel.: 083/226-1152). Para quem vai a Ingá ou Boa Vista, a dica é dormir em Campina Grande. Um bom hotel é o Serrano (R. Tavares Cavalcanti, 27, tel.: 083/341-3131). Em Sousa, cuidado: o único bom hotel da cidade (Gadelha Palace, R. Pres. João Pessoa, 2, tel.: 083/521-1416) vive lotado. Quem quer viajar pelo sertão deve ficar nas maiores cidades, como Patos. O melhor hotel dali é o Mundial (R. Solon de Lucena, 117, tel.: 083/421-2813). No litoral, em cidades como Baía da Traição, Lucena, Conde e Barra de Camaratuba, só há pousadas simples.

MELHOR ÉPOCA - De abril a julho, chuvas são constantes no litoral - até o sertão permanece boa parte do tempo com um céu carrancudo, mesmo que não caia uma gota d'água. O resto do ano, como é de lei no Nordeste, é sol seguro.

DICA DO AUTOR - A Igreja de Nossa Senhora da Guia, em Lucena, construída no século 16, vive deserta a maior parte do tempo. Longe da cidade, acessível apenas por uma ruim estrada de terra, é destino mais de romeiros que de turistas. Mas não perca: além da vigorosa arquitetura, do alto do morro onde ela fica tem-se uma bela visão de parte do litoral paraibano, até João Pessoa. História, natureza, religiosidade - todas as emoções de uma viagem à Paraíba se fundem numa visita a essa relíquia barroca de Lucena.